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Métodos Construtivos para Habitações Populares no Brasil: Possibilidades.

Atualizado: 28 de mai.


A crescente demanda por habitação popular no Brasil impulsiona o desenvolvimento e a adoção de sistemas construtivos mais rápidos, econômicos e eficientes. Além dos métodos tradicionais, diversas tecnologias vêm sendo utilizadas ou estudadas para melhorar o desempenho, reduzir custos e acelerar os cronogramas de obra.


Principais Métodos Construtivos Já Utilizados em Habitação Popular no Brasil


  1. Alvenaria convencional

  2. Alvenaria Estrutural

  3. Concreto Moldado in Loco com Fôrmas Industriais (Sistema de Parede de Concreto)

  4. Concreto Pré-Moldado

  5. Estrutura Metálica

  6. Steel Frame

  7. Wood Frame

  8. Construção Modular

  9. Painéis Monolíticos (EPS + Concreto ou Concrewall)

  10. Painéis SIP (Structural Insulated Panels)

  11. Impressão 3D em Concreto

  12. Tijolo Ecológico (Solo-cimento)

  13. Taipa de Pilão e Adobe

  14. Superadobe


Entre os métodos consolidados, a alvenaria convencional (Figura 1) permanece amplamente empregada por sua simplicidade, disponibilidade de materiais e mão de obra. Utiliza blocos cerâmicos ou de concreto apenas para vedação, com estrutura independente de pilares e vigas em concreto armado. Apesar de seu custo inicial relativamente baixo, exige muitas etapas e apresenta menor produtividade em comparação a sistemas industrializados.


Figura 1 - Alvenaria convencional


Já a alvenaria estrutural (Figura 2), cada vez mais presente em edificações de baixa e média altura, utiliza blocos estruturais (concreto ou cerâmica) para formar tanto as paredes quanto a estrutura, eliminando a necessidade de pilares e vigas. Esse método oferece maior velocidade de execução, padronização e economia com formas e escoramentos.


Figura 2 - Alvenaria Estrutural

O sistema de parede de concreto (Figura 3), que molda in loco as paredes estruturais com uso de fôrmas industriais, é comum em habitações de grande escala. Apesar do alto investimento inicial, proporciona ganhos significativos de produtividade e qualidade, sendo ideal para produção seriada.


Figura 3 - Sistema de parede de concreto

Outro método racionalizado é o concreto pré-moldado (Figura 4), em que vigas, pilares e painéis são fabricados em usinas e montados no canteiro. Com alta precisão e velocidade, é muito usado em obras industriais e começa a ser adotado também em residenciais verticais, oferecendo grande eficiência para projetos bem planejados.


Figura 4 - Concreto pré-moldado

A estrutura metálica (Figura 5), embora mais comum em galpões e edifícios corporativos, ainda é pouco utilizada em habitação popular. Apesar do custo inicial elevado, proporciona montagem rápida, menor peso estrutural e redução no tempo de obra.


Figura 5 - Estrutura metálica

O Steel Frame (Figura 6) tem ganhado espaço como sistema leve e industrializado, formado por perfis de aço galvanizado e placas de fechamento. É uma construção a seco, que proporciona obras limpas e rápidas, embora ainda enfrente resistência cultural no país.


Figura 6 - Steel Frame

O Wood Frame (Figura 7), por sua vez, utiliza estrutura de madeira engenheirada e oferece excelente desempenho térmico e acústico, sendo mais comum em países desenvolvidos e com uso crescente em projetos sustentáveis no Brasil.


Figura 7 - Wood Frame

Na vanguarda da industrialização, a construção modular (Figura 8) destaca-se por fabricar módulos completos em ambiente controlado e montá-los no canteiro. O método garante altíssima produtividade, previsibilidade de prazos e qualidade. Existem diferentes tipos: volumétrica, em painéis, modular com steel ou wood frame, concreto pré-moldado, contêineres adaptados e modelos híbridos.


Figura 8 - Construção modular 

Soluções como os Painéis Monolíticos em EPS (Figura 9), compostos por EPS e concreto projetado, vêm se consolidando como alternativas leves, térmicas e rápidas.


Figura 9- Painéis Monolíticos em EPS

Similarmente, os painéis SIP (Figura 10), com núcleo isolante e placas estruturais, oferecem alto desempenho térmico e são ideais para projetos sustentáveis, embora ainda pouco utilizados no país.


Figura 10 - Painéis SIP

Entre as inovações tecnológicas, a impressão 3D em concreto (Figura 11) surge como promessa de revolução no setor. Ainda em fase experimental, permite construir elementos diretamente a partir de modelos digitais com extrema precisão e economia de recursos.


Figura 11 - Impressão 3D em concreto

Sistemas sustentáveis e de baixo custo também estão ganhando espaço, como o tijolo ecológico (solo-cimento) (Figura 12), que é prensado e intertravado, sem necessidade de queima, promovendo economia e facilidade na execução.


Figura 12 - Tijolo ecológico (solo-cimento)

Técnicas tradicionais como taipa de pilão (Figura 13) e adobe (Figura 14) utilizam terra crua como matéria-prima e oferecem ótimo conforto térmico, sendo indicadas para construções ecológicas e rurais..


Figura 13 - Taipa de pilão

Figura 14 - Adobe

Outras alternativas como o superadobe (Figura 15), que utiliza sacos preenchidos com terra-cimento, e o bambu estrutural (Figura 16), com colmos tratados como elementos principais, mostram-se altamente sustentáveis, acessíveis e com bom desempenho, embora ainda sejam pouco exploradas em larga escala devido à falta de normatização e capacitação especializada.


Figura 15 - Superadobe

Figura 16 - Bambu estrutural

A construção de habitações populares no Brasil pode se beneficiar enormemente da diversificação dos métodos construtivos. Para garantir moradias mais acessíveis, rápidas, seguras e sustentáveis, é fundamental investir em tecnologias adaptadas à realidade local, além de promover a capacitação de mão de obra e atualização normativa.

 
 
 

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